segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A gente se acostuma, mas não devia. O certo seria buscar a amplidão

Lembro-me de um texto da Marina Colasanti que começa assim:

"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão".


Esse texto me veio logo à cabeça outro dia, quando constatei desapontada que o Google não é mais aquele. Tornou-se mais um mercenário na nossa longa lista de "traidores" rsrsrs. Explico: já reparou que quando você vai pesquisar algo no Google em busca de conteúdo, precisa passar por uma longa lista de sites que vendem o tal "produto ou serviço" relacionado àquela palavra que buscou? Só mesmo depois de passar por um monte deles é que você encontra algo realmente com conteúdo.
Pois é. E recentemente, ao receber o contato de uma "Consultora do Google" para vender anúncios para minha empresa (links patrocinados é o nome que eles utilizam) fiquei sabendo que a relevância no Google está diretamente relacionada ao valor ($) do seu clique, ou seja, quanto mais $ você investir em seus cliques, melhor posicionamento terá. 

E então eu perguntei: mas e os links que aparecem na pesquisa "não paga"? Aqueles que eram realmente relevantes antes do Google se tornar mercenário? Bom, me disse ela, o Google coloca em relevância os links que recebem mais cliques, se a sra. investir bastante, o seu site irá ter muitas "impressões" e estará sempre com mais chance de ser clicado, logo ele estará na frente de outros mesmo nos links não pagos!
E eu: mesmo que meu site não tenha conteúdo, só venda coisas? Sim, foi a resposta.

Não satisfeita, lá fui eu testar a afirmativa. E não é que confere? 
Mudei a pesquisa para o site da Yahoo/Cadê (http://cade.search.yahoo.com/) e para o Bing (http://br.bing.com) e, de fato, encontrei outras sugestões de pesquisa, muito mais adequadas ao conteúdo que estava procurando.

Bom, se antes eu só usava o Google, agora comecei a refinar minha pesquisa usando os dois outros mecanismos citados. Afinal, a gente se acostuma, mas não deve. O certo é buscar a amplidão!



Alguém pode enxergar apenas uma imagem na figura acima. Outras pessoas
podem ver várias.