terça-feira, 28 de outubro de 2014

A Revolução dos Bichos (Animal Farm - 1954), de George Orwell. Assista dublado

Um pequeno grande livro. Para quem já leu e para quem ainda não leu (mas deve), segue uma versão em filme dublado.




terça-feira, 23 de setembro de 2014

O fenômeno do "Selfie" e o espelho de uma sociedade narcisista....

Recentemente li num portal de notícias que o renomado fotógrafo Sebastião Salgado estava na abertura de sua exposição "Genesis", no Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília e,  contrariado, acabou indo embora mais cedo do que desejava. O motivo: a bendita (ou maldita?) mania do "selfie" que atormenta os não-contaminados. 
Ele explicou isso numa entrevista: "há seis meses, abri uma exposição e as pessoas vinham conversar comigo, pediam um autógrafo, trocavam ideias. Agora acabou. Cada pessoa te agarra e quer tirar 'selfie'. Bota um telefone ali, é uma agressão permanente em cima de você".

De fato, não há limite. Até o velório do ex-canditato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos, não escapou. Uma senhora conseguiu seus 15 minutos de fama ao aparecer sorrindo, fazendo uma "selfie" com o defunto ao fundo. Acho que até Narciso - aquele da Mitologia - teria vergonha de tal ato.....



O vício do "selfie" tem invertido prioridades. Tem gente que deixa de aproveitar o momento que está vivendo, para gastar o tempo em registrar a si mesmo num evento ou situação específica. Concentra-se em poses, caras e bocas, posição de cabelos, melhor ângulo.... enquanto isso o momento mágico, aquele que não volta mais, passou..... Como aconteceu com a Carolina da canção do Chico Buarque de Hollanda, quando o tempo passou na janela e só ela não viu.




Isso sem falar na invasão de privacidade. O viciado em "selfie" já pensou em perguntar aos presentes se querem figurar no seu quadrinho? Logo teremos que andar com uma plaquinha pendurada no pescoço com a inscrição: "Por favor, não me inclua no seu 'selfie'".



Na minha opinião há uma espécie de ambiguidade no uso da palavra "selfie" para tal prática, visto que a maioria das pessoas utilizam este tipo de foto para compartilhar e não para seu deleite individual. A jornalista Marion Strecker definiu isso muito bem em sua coluna no site da Folha: "O conceito de 'self' (o si mesmo) é central na psicologia e existe desde o final do século 19.  A representação do "self" seria uma construção do ego, o eu, o núcleo de uma personalidade. Mas o que há de si mesmo nesses "selfies" todos? O que há de individualidade, de subjetividade, de essência desse eu que se autofotografa para consumo externo?
Realmente, há que se pensar.....


O fato é que o fenômeno do "selfie" é um prato cheio para os mais variados estudos.  Selfies em enterros, os atuais "pós-sexo", os íntimos.... todos eles podem trazer na bagagem pequenas mensagens subliminares do oceano onde navega a alma humana. Psicólogos argumentam que as pessoas mais inseguras são as que mais tendem a postar selfies  com temperos mais sexualizados e exibicionistas com o objetivo de receber o maior número de curtidas (?) e com isso, conseguir uma percepção - falsa, é claro - de que são amadas. 
E, ao contrário do que muita gente pensa, não são apenas os adolescentes que se jogam neste comportamento.


Onde isso vai parar? Não sei. Mas tenho ficado espantada com algumas coisas. Como o caso que aconteceu com um jovem na Grã-Bretanha: viciado em tirar selfies,  ele quase se matou por não conseguir tirar a selfie perfeita com seu iPhone. 

Danny Bowman levava uma vida normal até começar com a mania de tirar muitas selfies  com seu iPhone.

Danny começou a tirar fotos nesse estilo aos 15 anos, mas foi aos 17 anos, em dezembro de 2012, que  a overdose aconteceu. Ele tirou mais de 200 fotos e não conseguia encontrar nenhuma que o agradasse, foi então que passou a tomar descontroladamente alguns comprimidos para aliviar sua tensão. "Eu estava constantemente em busca de tirar a "selfie perfeita", e quando percebi que eu não conseguiria tirá-la eu quis morrer. Perdi meus amigos, minha educação, minha saúde e quase perdi minha vida", diz Danny.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Tchau, Rubem

O escritor Rubem Alves, de 80 anos, morreu neste sábado,  19 de julho de 2014,  em  Campinas (SP). 
Seus textos dispensam descrição e graças à Internet (felizmente!) pode ser apreciado por quem gosta de uma boa escrita, recheada de talento e sensibilidade.
Certa vez ele escreveu sobre a morte, numa crônica chamada "Sobre a morte e o morrer". Vale a leitura. Abaixo, só uma amostrinha, para despertar o desejo de devorá-la..... 

... Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a “reverência pela vida” é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?
Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia...
Escritor e educador Rubem Alves morre em Campinas aos 80 anos (Foto: Instituto Rubem Alves )
(Foto: Instituto Rubem Alves)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Estudo comprova que pessoas desorganizadas tem mais criatividade. Putz! Tô salva.....

"Somente os estúpidos precisam de organização, os gênios controlam o caos."
Albert Einstein




Um estudo conduzido por Kathlee Vohs, Joseph Redden e Ryan Rakhine, da Universidade de Minnesota, demonstrou que a bagunça no local de trabalho não é uma coisa negativa, pelo contrário: ajuda a desenvolver a criatividade. Sob a hipótese de que os ambientes organizados fomentam convenções sociais conservadoras, e de que os espaços desordenados incentivam as pessoas a buscar caminhos não convencionais, os pesquisadores realizaram três experimentos. O ponto de partida foi a ideia de que “ordem e desordem são estados que ativam diferentes partes do cérebro, e podem beneficiar uma pessoa com resultados diferentes”.
O primeiro experimento dividiu aleatoriamente 34 estudantes holandeses em uma sala arrumada e outra bagunçada. Os espaços eram idênticos e contíguos, com a mesma iluminação. O experimento envolveu três fases distintas: na primeira, os estudantes tiveram que responder a um questionário durante dez minutos; em seguida, deveriam escolher entre uma maçã ou uma barra de chocolate; finalmente, os pesquisadores lhes perguntaram se queriam fazer uma doação em dinheiro a uma organização que entrega brinquedos e livros para crianças.
Os resultados do primeiro experimento mostraram que os participantes da sala arrumada se mostraram duas vezes mais dispostos que os da sala bagunçada a escolher a maçã e a doar mais dinheiro. A partir disso, os pesquisadores concluíram que os espaços ordenados inspiram disciplina, escolhas saudáveis e uma atitude ética. Ou seja, confirmaram a hipótese de que os espaços organizados estimulam comportamentos bem vistos pela sociedade.
No segundo experimento, 48 estudantes norte-americanos foram divididos em duas salas. Ambos os grupos deveriam pensar e listar ao menos dez novos usos para bolas de pingue-pongue. Depois de processar os resultados, os pesquisadores descobriram que os estudantes que estavam na sala bagunçada conseguiram imaginar usos mais criativos do que os propostos pelos participantes da sala arrumada.
Segundo os pesquisadores, ambientes organizados representam virtudes rígidas e condutas morais, enquanto espaços bagunçados incentivam as pessoas a romper com essas convenções, algo fundamental para a criatividade. Ou seja, estar em um espaço desorganizado teria um efeito estimulante sobre a criatividade. ”Ser criativo implica romper com a tradição, a ordem e as convenções, e um espaço desorganizado parece ajudar as pessoas a fazerem isso”, explicam.
Finalmente, o terceiro experimento analisou os efeitos da organização do espaço sobre a preferência entre o tradicional e o novo. Para isso, 188 adultos norte-americanos deveriam escolher novos itens para a sua dieta, entre produtos cujos rótulos diziam “clássico” e “novo”.
Os adultos que estavam na sala organizada tendiam a escolher os alimentos com o rótulo “clássico”, enquanto os da outra sala preferiam os produtos com o rótulo “novo”. Ou seja, o terceiro experimento demonstrou que os ambientes ordenados estimulam a preferência pelo tradicional, não pela novidade.
Todos os experimentos confirmaram a hipótese inicial, sugerindo que “os efeitos de ordem física são amplos e têm muitas nuances. Ambientes desorganizados parecem inspirar as pessoas a se livrar da tradição, produzindo novas ideias. Já os espaços organizados reforçam as convenções e a sensação de segurança”.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Quem é o Molotov



Pode ter nascido na Espanha, foi batizado por finlandeses e tem nome soviético: é o Coquetel Molotov!

A receita é simples:
* 1 garrafa de vidro
* 1 boa dose de um líquido inflamável (gasolina, querosene, álcool e até éter)
* 1 pedaço de pano para funcionar como pavio
* Fogo

E está pronta a bomba incendiária de fabricação caseira mais famosa do mundo. Apesar do nome russo, os primeiros registros do coquetel explosivo são da guerra civil espanhola, que historiadores afirmam ter sido um grande campo de testes para várias potências militares experimentarem novas armas. Alemães, russos e italianos usaram o conflito civil na Espanha como campo de testes, enviando tropas e equipamentos.

No caso, o Coquetel Molotov foi usado na cidade de Toledo, em 1936. De um lado, estavam os nacionalistas de Francisco Franco apoiados  pelos alemães, no outro lado, estavam os republicanos contando com a ajuda dos soviéticos que entraram com seus tanques de guerra. 
Para tentar conter o avanço dos tanques soviéticos é que os nacionalistas lançaram mão daquela bomba criada com uma garrafa, um pedaço de pano, rolha, gasolina e óleo de motor (para que o fogo ficasse ativo mais tempo). Apesar da rusticidade, o artefato fez efeito e realmente era capaz de causar sérios danos à blindagem dos tanques e forçar a saída dos soldados de dentro do equipamento. 

Já o nome de batismo surgiu uns anos depois - ironicamente, diga-se de passagem, criado pelos finlandeses quando a União Soviética invadiu a Finlândia durante a Guerra de Inverno (de 1939 a 1940). Os finlandeses também não tinham armas apropriadas para barrar os tanques russos e resolveram lançar mão da mesma bomba incendiária utilizada pelos nacionalistas espanhóis.  Na época, o diplomata soviético Vyacheslav Molotov declarou numa rádio que os soviéticos não estavam jogando bombas sobre os finlandeses, mas sim lhes fornecendo alimentos. Foi aí que, por ironia, os finlandeses passaram a chamar suas bombas artesanais de "Coquetéis Molotov".


Molotov, Vyacheslav Mikhaylovich
Vyacheslav Molotov - Credit: EB Inc.

Por sua praticidade e rusticidade, o Coquetel Molotov é usado com frequência em revoltas, guerrilhas e manifestações urbanas pelo mundo inteiro, tornando-se um símbolo de rebeldia e emprestando seu nome até para bandas de rock.

Aqui no Brasil, no auge das manifestações de junho deste ano, dois professores da rede municipal de ensino foram presos em Minas Gerais porque, de acordo com a polícia, eles teriam ensinado pelo Facebook como fazer o famoso coquetel molotov.

Criatividade

Falta de grana é o combustível que move a criatividade na hora de criar artefatos bélicos. Além do famoso Coquetel Molotov, não faltam exemplos disso. Como neste caso recente, quando um grupo rebelde na Líbia entrou em guerra civil contra o ditador local e acabou tomando o poder no país. Os soldados de oposição não tinham recursos para combater as tropas pró-governo com material bélico moderno e criaram isto:


(Fonte da imagem: Brian Denton / The New York Times)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Maneiras bestas de morrer... no Rio de Janeiro

Vocês se lembram de um post de novembro/2012 , a respeito do famoso vídeo da companhia de metrô australiana, 'Dumb Ways To Die' (maneiras bestas de morrer)?
Para ver de novo, clique aqui.

Pois agora temos uma versão bem brasileira: a paródia daquele vídeo chama-se "Maneiras Bestas de Morrer no Rio". Vele a pena dar uma olhada no vídeo abaixo.
Ah! E fica a expectativa pelo lançamento da versão paulista: "Maneiras Bestas de Morrer em Sampa". Como sugestão do primeiro item: "Morrer durante um arrastão enquanto janta num restaurante..."



sexta-feira, 19 de abril de 2013

Tabasco Pepper Sauce: a jogada que deu certo!



Esse famoso molho de pimenta da foto acima, além muito apreciado, tem uma história bem interessante. Dizem que ele surgiu em virtude de um "acidente de percurso" . Lá pelo ano de 1840, em New Orleans (EUA), um banqueiro de nome Edmund McIlheny, por causa da guerra, foi à falência e literalmente perdeu tudo que tinha. A saída que ele encontrou foi cuidar das plantações de cana que pertenciam à família de sua mulher, na ilha de Avery, no Estado da Louisiana. 

Conta-se que o lugar não poderia ser mais inóspito: era uma montanha de sal coberta por fina camada de terra. Como tem mesmo gente que parece o Rei Midas, Edmund montou uma horta como hobby, e nela plantou algumas sementes de pimenta que ganhara de um amigo. As sementes da espécie Capsicum frutenses geravam pimentas de uma variedade com tamanho grande, tanto que pareciam pimentões e, apesar do sabor forte, eram muito saborosas, mas também desconhecidas naquelas terras. 
As danadas se adaptaram tão bem na ilha, que acabaram dominando toda a horta. Aí, o ex-banqueiro com pinta de Rei Midas teve a ideia de preparar um molho usando apenas aquele tipo de  pimenta, adicionando vinagre de vinho branco francês envelhecido, sal recolhido da própria ilha e mais alguns condimentos. 

Algumas experiências depois, ele descobriu que se deixasse o molho fermentar por uns dias, ele ficava ainda mais saboroso. 
Enquanto isso, os negócios com a cana da família da esposa iam de mal a pior...
E, como experimentar não custa nada, lá por 1860 ele preparou umas 350 garrafas daquele molho e distribuiu em algumas lojas da região. Para batizar o molho, ele resolveu homenagear a cidade de onde vieram as sementes, que ficava no sul do México e colocou no rótulo: Tabasco.

Foi o toque de Midas! Não é que deu certo! A fórmula - sem alteração -  acabou se transformando  num segredo da família. 
McIlhenny registrou uma patente em 1870 e o molho TABASCO ® começou sua rota para conquistar o mundo da culinária. No final de 1870, o molho já era vendido em todo os EUA e até mesmo na Inglaterra.

Dizem que até hoje as sementes são colhidas manualmente, amassadas e temperadas com o sal da ilha de Avery. Mais de 140 anos depois, o molho TABASCO ® é feito da mesma maneira, só que agora o processo de envelhecimento para a mistura leva mais tempo - até três anos em barris de carvalho branco - e o vinagre é um destilado de alta qualidade. 

Não dá pra saber se é lenda ou fato, mas dizem que Edmund McIlheny aproveitou embalagens usadas de perfume para distribuir os primeiros molhos entre os amigos e a família, antes de realmente comercializá-los. Quando finalmente resolveu vender, teria encomendado embalagens de perfumes semelhantes às primeiras que utilizou.

A palavra "tabasco" originou-se entre os indígenas mexicanos e significa "terra onde o solo é quente e úmido" Atualmente, cerca de 100 milhões de vidros de Tabasco são consumidos. Rotulado em 22 línguas e dialetos, é vendido em mais de 165 países e territórios

Bem, o tal do Tabasco não é pra qualquer um... para consumir é preciso estar preparado. Assista ao vídeo que está mais abaixo na página e veja se não é verdade!

Edmund McIlheny

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