sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Tamanho é documento...

Antes de começar, uma observação: na emoção de lançar o Blog, não observei que era necessário liberar os comentários. Resultado: muita gente que desejava postar um comentário não conseguiu. Mas agora está ok. Quem quiser comentar aqui no blog será bem-vindo: está tudo liberado!

Tamanho é documento...


Li há algumas semanas que o prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, quer proibir a venda de refrigerantes “tamanho família” e bebidas açucaradas, com objetivo de combater a obesidade.
A venda de garrafas ou copos de refrigerante de mais de 0,48 litro será proibida em todos os restaurantes e lanchonetes de Nova York. A medida do prefeito apóia-se em pesquisas divulgadas, mostrando que mais da metade dos nova-iorquinos adultos são obesos.
A nova legislação da prefeitura de NY, que deve entrar em vigor em março de 2013, provocou um alvoroço entre os especialistas em saúde e, é claro, a revolta dos fabricantes de bebidas nos EUA.
Só que três novos estudos publicados agora em setembro estão colocando mais lenha na fogueira: eles reforçam o vínculo entre o consumo de refrigerantes e bebidas de frutas açucaradas e a epidemia de obesidade nos Estados Unidos.
O consumo mais que dobrou desde os anos 1970 e o mesmo aconteceu com a taxa de obesidade - que afeta atualmente 30% dos americanos adultos.  O primeiro estudo, feito com mais de 33.000 americanos, homens e mulheres, indica que consumir estas bebidas açucaradas agiria nos genes, afetando o peso e ampliando a pré-disposição genética de uma pessoa a engordar.
A Coca-Cola foi uma das primeiras a espernear contra a medida do prefeito. Num comunicado a empresa mandou esta: Os nova-iorquinos esperam e merecem melhor do que isso. Eles podem fazer suas próprias escolhas sobre as bebidas que compram. Esperamos que os nova-iorquinos manifestem a sua desaprovação sobre esta lei arbitrária”. 
Esse assunto  me fez lembrar de uma discussão que sempre aparecia nas aulas de Marketing da faculdade. O curso era “Comunicação Social”, com dois anos básicos e depois a separação dos alunos nas opções entre Jornalismo, Publicidade e Propaganda ou Relações Públicas. As aulas de Marketing do básico eram verdadeiras batalhas ideológicas, com a turma do Jornalismo criticando o pessoal de PP e vice-versa. Uma das discussões girava em torno da estratégia de marketing usada no lançamento de embalagens cada vez maiores: com a desculpa de ser mais “econômica”, a medida teria a finalidade de estimular o consumo exagerado (e, quem sabe, o desperdício...).
Bom, não dá prá negar que realmente o aumento da circunferência abdominal parece ter acompanhado o crescimento das embalagens nas últimas décadas, não é? Algumas embalagens são tão avantajadas que mal cabem na porta da geladeira. Mas isso é um problema simples de resolver: aumenta-se a geladeira!

Esse anúncio acima é de 1963. Uma Coca-Cola era GRANDE porque rendia 2 copos! Agora a Coca-Cola GRANDE tem 3 litros!!!!
Essa Coca-Cola 3 litros foi lançada para atender momentos festivos como Natal, aniversários, etc. Mas na década de 60 era assim que se recebiam os convidados:



 E as geladeiras que deixaram de ser "elefantes brancos"....

voltam agora com força total:
Lançamento da Brastemp - 2012

Nota: Agradecimento especial ao sr. Salvador Blanco, que me doou sua coleção de revistas antigas. Valeu seu Salvador!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Para começar....

Quem me conhece sabe que já há alguns bons anos, tenho falado de flores. Como jornalista especializada na área de flores e plantas, tenho escrito sobre elas em jornais, revistas e, principalmente, no meu site - o www.jardimdeflores.com.br . E isso tem sido um enorme prazer! Faço isso com a maior dedicação do mundo e só tenho tido bons resultados.
Mas às vezes me dá vontade de escrever sobre outros assuntos também. E essa vontade tem ficado ali quietinha, esperando a hora de se revelar em letras. E agora o momento chegou, na forma deste blog, com o sugestivo nome: "Pra não dizer que eu só falei de flores". E escolhi um texto do qual eu gosto muito, do Veríssimo, para ilustrar e demonstrar como está sendo esse momento. 
Mas chega de introdução! Vamos à arte da palavra - mestra em transformar sentimentos em letras!

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata, trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. 

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. 
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. 

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. 
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência. Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. 

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. 
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. 
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. (Luis Fernando Veríssimo)